segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Como se resolve a indisciplina?


As estratégias usadas atualmente por grande parte dos professores para lidar com a indisciplina têm sido desastrosas e estão na contramão do que os especialistas apontam ser o mais adequado. Pesquisa realizada em 2008 pela Organização dos Estados Ibero-Americanos com cerca de 8,7 mil professores mostrou que 83% deles defendem medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, 67% acreditam que a expulsão é o melhor caminho e 52% acham que deveria aumentar o policiamento nas escolas.

Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula, como mostrou outra pesquisa, da Fundação SM, feita em 2007 com 3,5 mil docentes de todo o país. Até mesmo os alunos acreditam que o problema vem crescendo. Em investigação feita em 2006 por Isabel Leme, da Universidade de São Paulo (USP), com 4 mil estudantes das redes pública e privada de São Paulo, mais de 50% deles afirmaram que os conflitos aumentaram mesmo nas escolas que estão cada vez mais rígidas. "O problema é que as intervenções são muito pontuais e imediatistas. O resultado é uma piora nas relações entre alunos e professores e, consequentemente, no comportamento da turma", acredita Adriana de Melo Ramos, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Unesp, campus de Rio Claro.

As questões ligadas à indisciplina são da natureza humana. Portanto, complexas e incertas. Esse é um ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema.
FALTA DE AUTORIDADE
O que se espera da escola é conhecimento. É isso que faz o aluno respeitar o ambiente à sua volta. Se a aula está um térdio, eke vai procurar algo mai interessante para fazer
 DIDÁTICA INADEQUADA
Não adianta exigir que os alunos cumpram as tarefas se a estratégia de ensino e o tema não dizem nada a eles
REGRAS IMPOSTAS
Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de favorecer a troca de ideias

 
 NÃO CONFUNDA REGRAS
Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tudo 
NÃO CONFUNDA REGRAS
Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tudo  

 PRESERVE A AUTORIDADE
Em vez de resolver a questão, a professora de Calvin transfere o problema para o diretor que tinha muito menos condições do que ela de intervir na situação
PROMOVA A COOPERAÇÃO
O clima pautado na colaboração e no respeito é mais eficiente porque não expõe as crianças, como Calvin e Susi, ao medo das sanções
  VALORIZE A AUTONOMIA
Uma aparente indisciplina, como esta bela atuação de Calvin, pode, na verdade, ser uma maneira de o aluno dizer que quer fazer as coisas de um jeito diferente
  
Não há solução fácil. Mas é essencial trabalhar - como conteúdos de ensino - as questões relacionadas à moral e ao convívio social e criar um ambiente de cooperação.

Fonte: Revista Nova Escola de Outubro de 2009

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